segunda-feira, 14 de maio de 2007
Liderança: De onde vem e para onde vão?
O desenvolvimento de teorias de administração iniciaram-se, com a revolução industrial, nos séculos XVIII e XIX. Segundo a Administração Científica, a teoria da liderança evoluiu a partir do início do século XX, cujos principais representantes são Frederick Taylor, Henri Fayol, Henry Ford, etc. que procuraram desenvolver uma ciência de trabalho, buscando, basicamente: selecionar e treinar os empregados, considerados apáticos e reativos, movidos apenas por incentivos financeiros e valorizados, principalmente, em função de sua força física; obter a cooperação mútua entre administrador e empregado, na medida em que consideravam não existirem conflitos entre eles, visto o que ambos desejariam: captar melhores ganhos; e a divisão do trabalho entre preparação e execução, separando-se a atividade intelectual da manual (Taylor, 1982).
Então desde muito tempo, a liderança é considerada elemento vital ao sucesso de qualquer organização, empresa ou grupo comunitário.
Prova disto são as mudanças e adequações do conceito de liderança de acordo com as transformações e necessidades da sociedade. Estas modificações atingiram líderes empresariais, principalmente norte-americanos, no século passado, que diante desses desafios, conseguiram adaptar-se às novas realidades e à mudança, com um espírito inovador.
Os líderes clássicos possuem em comum a visão de fazer com que as necessidades individuais convirjam com as da organização, onde características de uma personalidade marcante e conhecimento generalista do ambiente externo e interno da organização são imprescindíveis a um líder.
Conseqüentemente, a liderança exige uma estratégia de aprendizado contínuo. Nesta perspectiva, os grandes líderes, precisaram envolver outras pessoas dispostas a enfrentar os desafios, comprar suas idéias, ajustar seus valores, mudar as perspectivas e aprender novos hábitos. Para isso ocorrer, teve que existir inter-relação entre a visão e as ações, que os líderes propuseram, com as necessidades e desejos dos colaboradores.
No mundo empresarial, são os grandes líderes que conseguiram gerar ondas de motivação e força para levar todos os colaboradores a atingirem um objetivo comum. São eles que conseguiram potencializar o valor e a criatividade de todos os que estão inseridos nas suas organizações, conseguindo adaptar-se às novas realidades e a mudanças, sempre com um espírito inovador.
A força do trabalho, o estudo e o amadurecimento transformaram essas qualidades em habilidade perfeita.
Atualmente, o processo de globalização vem colocando às empresas em desafios crescentes, como o próprio sistema de gestão levando-as a se adaptarem a nova realidade do mundo sem fronteiras onde estão inseridas.
Os antigos modelos de empresa hierárquica, onde poucos pensam e muitos executam, devem dar passagem a novos modelos onde as idéias e ações devem acontecer em todos os níveis.
As novas teorias podem levar as organizações à novas formas de gestão e em conseqüência à mudanças culturais, a fim de acompanhar as transformações que ocorrem no mercado. A velocidade com que evolui a sociedade, cria uma imensa necessidade de adaptação por parte das organizações, onde a inovação é fator de sobrevivência e constitui no principal papel do líder.
Neste cenário, as universidades devem estar cada vez mais inter-relacionada com o mundo empresarial através da formação dos futuros administradores e dos atuais gestores.
No Brasil, a cultura empresarial é profundamente patrimonialista. As empresas são formadas por membros da família. Seu grau de profissionalização é muito baixo. A gerência é sempre ocupada pelos irmãos ou pelos filhos, cujo único objetivo é acumular patrimônio, ao invés de capitalizar as empresas, eles se capitalizam.
Por outro lado, as lideranças da sociedade civil olham para estas características do empresário brasileiro e não conseguem perceber que elas podem ser transformadas. Não conseguem perceber que esta mentalidade retrógrada não é partilhada por todos os empresários. Mas apesar do quadro triste descrito anteriormente, existe uma parte, ainda pequena, mas significativa de empresários que procuram transformar as suas relações com o país e com a sociedade civil.
A necessidade da mudança, no Brasil, deverá ser vista como geradora de sabedoria, crescimento, ousadia e criatividade para vencer ou morrer. Não podemos esquecer, entretanto, de que ninguém é dono absoluto da empresa, os empregados devem ser vistos como parceiros e devem ser preparados para tal. Os empresários brasileiros, enquanto líderes, deverão aproveitar as habilidades de seus funcionários que, em circunstâncias favoráveis oferecidas pela empresa, tendem a trazer resultados para a organização.
O importante é deixar de pensar no que seria ideal e partir da realidade. Muitos empresários perceberam que deverão desenvolver seus funcionários para a sobrevivência e a manutenção da sua própria empresa. Caso contrário, eles próprios, ou seja, a sociedade será a maior prejudicada.
Vinícius Oliveira
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário